Lou Andreas-Salomé passou uma temporada em Viena/1895 para concluir seu escrito sobre Friedrich Nietzsche. O meteórico encontro com o jovem filósofo, nas escadarias da Basílica de São Pedro em Roma onde foi pedida em casamento; o impacto que as aulas do filosofo da Basileia deixou em seu espírito; a experiencia de arrebatamento que a leitura de seus livros deixou, motivaram Lou escrever bio/bliografia de pensamento filosófico de Nietzsche.

Os amigos: Freud e Lou Salomé

Lou Andreas-Salomé passou uma temporada em Viena/1895 para concluir seu escrito sobre Friedrich Nietzsche. O meteórico encontro com o jovem filósofo, nas escadarias da Basílica de São Pedro em Roma onde foi pedida em casamento; o impacto que as aulas do filosofo da Basileia deixou em seu espírito; a experiencia de arrebatamento que a leitura de seus livros deixou, motivaram Lou escrever bio/bliografia de pensamento filosófico de Nietzsche.

Sigmund Freud praticava a clínica médica em Viena/1895; atendendo doentes dos nervos, iniciava a construção da teoria sobre o funcionamento do aparelho psíquico; tal teoria permitia legitimar a intervenção terapêutica do método catártico: escoar as tensões psíquicas através das palavras, fazendo associações livres.

Lou Salomé estava em Viena quando Freud publicou Estudos sobre Histeria/1895. Lucia Morawitz, sua amiga, lembrou ouvir de Lou que teria uma consulta com Dr. Freud. O registro desse primeiro encontro ficou encoberto pelo segundo, no Congresso Psicanalítico realizado em Weimar, setembro/1911.

Lou Salome
Lou Salome

A primeira consulta com Freud foi preliminar à longa e intensa amizade que se seguiu entre o inventor da psicanálise e a escritora russa formada em filosofia e história das religiões pela Universidade de Zurique. Lou tornou-se o ponto de intersecção entre os principais representantes da cultura Ocidental na virada do século 19: dentre eles, Nietzsche, Paul Rée, Rainer Maria Rilke, Freud, Thomas Mann. Lou participou ativamente no trabalho de criação destes artistas da palavra. Foi amiga de cada um, amante de alguns.

De Göttingen em setembro/1912, Lou escreveu a primeira carta a Freud com o pedido de admissão aos encontros de estudos, realizados na sala de jantar de Freud nas noites de quarta-feira:

“desde que assisti ao Congresso de Weimar o estudo da psicanálise é minha mais cara motivação para viver. Quero realizar o desejo de iniciar minha formação psicanalítica e estou disposta a passar alguns meses em Viena. O senhor permitirá que eu me aproxime de si, que assista suas conferências? O único objetivo de minha estadia em Viena é dedicar-me profundamente aos estudos”

Freud respondeu:

“Cara Frau Andreas, quando vier a Viena faremos todo o possível para iniciá-la ao pouco de psicanálise que pode ser demonstrado e comunicado. Já interpretei sua presença no Congresso de Weimar como um bom augúrio”.

No mês seguinte, Lou desembarca em Viena para iniciar sua formação em psicanálise e, enquanto lá permaneceu, manteve troca de cartas com Freud narrando sua trajetória de estudos e as relações com os demais participantes das reuniões das quartas-feira. Numa carta Freud registrou:

“Seu interesse por nossa psicanálise é muito bem-vindo, e a compreensão sutil que a senhora revela em suas observações constitui uma clara fonte de prazer para nosso círculo. Os editores de nosso periódico irão lhe fazer um convite para escrever sobre a relação entre a psicanálise e os problemas da psique feminina”

Na semana seguinte, Freud lamentou a ausência de Lou na conferência:

“adotei o mau hábito de sempre dirigir minha fala a uma pessoa específica do auditório e ontem fixei meu olhar, como se estivesse enfeitiçado, no lugar que lhe havia sido reservado”.

in: Jornal Cidade – Rio Claro/SP – 20/agosto/2021 – Projeto Conhecimento para Todos