GRUPO DE ESTUDOS – PROJETO PSICANÁLISE EM EXTENSÃO
COORDENAÇÃO: MÁRCIO MARIGUELA

SEMINÁRIO 5 – AS FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE

Cronograma:        11 e 25/fevereiro; 11 e 25/março;
08 e 22/abril; 13 e 27/maio; 17/junho

Quarta-feira das 19h30 às 21h – vagas limitadas: 15
Pagamento: R$ 60,00 a cada encontro
Local: Rua Saldanha Marinho, 792 – Piracicaba/SP

Inscrição:
1-    Iniciantes: agendar entrevista por email: m.mariguela@gmail.com
2-    Atuais membros: confirmar presença até 27/jan

Por ocasião do centenário de nascimento de Sigmund Freud, a revista Estudos Filosóficos publicou um número especial dedicado ao criador da psicanalise. Jacques Lacan foi convidado a prestar sua homenagem e publicou seu escrito “Situação da psicanálise e formação do psicanalista em 1956” (in: Escritos).

Fazendo um diagnóstico ético sem precedentes na história da psicanalise, o artigo de Lacan encontrou seu fundamento no Seminário 5, local de elaboração de seu ensino no ano seguinte. O aforismo criado demonstra bem a premissa básica do Seminário sobre as formações do inconsciente: “a psicanálise é o tratamento que se espera de um psicanalista”.

Ao psicanalista compete suportar e manejar a transferência como condição a priori do tratamento: “Para saber o que é a transferência, é preciso saber o que acontece na análise. Para saber o que acontece na análise, é preciso saber de onde vem a fala?”. Esta genealogia da fala foi construída ao longo dos anos 1950 como mote do ensino de Lacan. O Seminário 5 – As Formações do Inconsciente pode ser interpretado nesse hercúleo trabalho de retirar a psicanálise do campo da moral e inseri-la no campo da ética da palavra – local de sua emergência histórica.

Na conferência “A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud” (in: Escritos), proferida no anfiteatro da Sorbone, em 1957, aos estudantes do curso de letras. Lacan fez um retrato dos fundamentos de clínica por ele praticada e o modo como a transmitia aos seus analisantes em formação. É no campo das formações do inconsciente que Lacan interrogou, eticamente, a formação do psicanalista.

Nos encontros de 2013 / 2014 percorremos as 7 lições que compõem a 1ª parte (As Estruturas Freudianas do Espírito) e as 6 aulas que compõem a 2ª parte (A Lógica da Castração) para traçar as distinções entre metáfora e metonímia, circunscrevendo o funcionamento da cadeia significante como a gênese da fala e, por conseguinte, do sujeito do inconsciente. A 3ª (O valor de significação do falo) demarca com precisão a relação entre desejo e gozo para apresentar “as máscaras do sintoma”.

Neste ano, prosseguiremos com o trabalho de leitura e pesquisa, acompanhando passo-a-passo, a transmissão da psicanálise através do ensino de Lacan sobre as formações do inconsciente e a invenção do sujeito do desejo na dialética fálica. O interesse, neste semestre, está na 4ª parte (A dialética do desejo e da demanda na clínica e no tratamento das neuroses): é o tempo do Seminário 5 em que Lacan definiu a posição do sujeito em seu sintoma na estrutura histérica e na neurose obsessiva. Portanto, é nestas duas estruturas clínicas que iremos pesquisar as formações do inconsciente, pois, se o sintoma é diferencial por princípio, os sonhos, as parapraxias (ato falho, lapsos) e os chistes também deverão o ser. Isso porque, o inconsciente fala através dos sintomas, sonhos, parapraxias e ditos espirituosos.