GRUPO DE ESTUDOS EM FREUD – 1º SEMESTRE/2016

A SEXUALIDADE NA ETIOLOGIA DAS NEUROSES

Cronograma: 10 e 24/fevereiro; 09 e 23/março; 06 e 20/abril;

04 e 18 /maio; 01, 15 e 29/junho

Quarta-Feira das 19h30 às 21h

Pagamento: R$ 60,00 a cada encontro

Local: Rua Saldanha Marinho, 792 – Piracicaba/SP

Inscrição para iniciantes:

Agendar entrevista através do email: mmariguela@gmail.com

Enunciado:

No percurso de trabalho do Grupo de Estudos em Freud selecionamos os textos desde 1886 para investigar a hipótese clínica fundadora do campo da psicanalise: a sexualidade é o fator etiológico determinante na constituição dos sintomas psiconeuróticos. O objetivo é percorrer a obra freudiana para analisar a hipótese e seus desdobramentos ao longo da elaboração teórica e clínica.

No ano passado, chegamos ao conjunto de artigos e ensaios escritos entre 1907 a 1910. Em “As fantasias histéricas e sua relação com a bissexualidade” (1908), destacamos os três conceitos em jogo no título: fantasia, histeria e bissexualidade. No tempo desta escrituração a sexualidade foi elevada à categoria de fantasia sexual. Deste modo, a hipótese da etiologia sexual nas psiconeuroses foi reconstruída por um movimento de torsão, em deslocamento, reafirmando sua efetividade clínica.

Se há fantasias histéricas, de igual modo haverá fantasias obsessivas e, depois do caso Schreber em 1911, fantasias psicóticas. Para testar publicamente os argumentos sobre a neurose obsessiva e suas relações com a homossexualidade, Freud fez de Leonardo Da Vinci um caso. Utilizando clássicas fontes primárias de pesquisa histórica sobre a vida, a obra e o contexto de Leonardo, Freud aplicou sua hipótese da etiologia sexual para analisar as fantasias sexuais em atuação na lembrança infantil do genial artista.

Neste período, Freud escreveu suas “Observações sobre um caso de neurose obsessiva”, o clássico Homem dos Ratos, considerado pelo autor “o caso clínico bem-sucedido”. Tanto aqui, exemplo máximo de sua prática clínica no início do século 20, como no caso Leonardo, Freud é guiado pela premissa enunciada nos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” (1905): “os sintomas são a atividade sexual dos doentes”.

Vamos continuar com a leitura do ensaio “Uma recordação de infância de Leonardo Da Vinci” e seguir com textos de 1910 a 1914 onde a hipótese da sexualidade infantil será reafirmada no desfecho traumático da ruptura com Carl Gustav Jung que pretendeu excluir o infantilismo pulsional da teoria sexual e da prática psicanalítica.

Bibliografia Básica:

FREUD, Sigmund

“Uma recordação de infância de Leonardo Da Vinci” (1910);

“Cinco Lições de Psicanálise” (1910);

“As perspectivas futuras da terapia psicanalítica” (1910);

“Um tipo especial de escolha de objeto feita pelo homem” (1910);

“Sobre a mais comum depreciação na vida amorosa” (1912)

In: Obras Completas. Volume 9. Tradução: Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

“O debate sobre a masturbação” (1912);

“Tipos de adoecimento neurótico” (1912);

“A predisposição à neurose obsessiva” (1913);

In: Obras Completas. Volume 10. Tradução: Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

“Contribuição à História do Movimento Psicanalítico” (1914);

“Sobre a psicologia do colegial” (1914)

In: Obras Completas. Volume 11. Tradução: Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.