PROJETO PSICANÁLISE EM EXTENSÃO
14ª SESSÃO DO “DIÁLOGO CINEMÁTICO”
Filme:“Os Homens que não amavam as mulheres” (Män Som Hatar Kvinnor) – Suécia/Alemanha/Dinamarca – 2009
Direção: Niels Arden Oplev
Mediação: Daniela Q. Pacheco – jornalista e psicanalista, participante da Escola de Psicanálise de Campinas
17/Setembro/ 2011 – 15h – Entrada Franca – Vagas Limitadas
Rua Prudente de Moraes, 1314 – Bairro Alto – Piracicaba-SP
Inscrições: mmariguela@gmail.com
Sinópse:
“Os Homens que não amavam as mulheres” é a primeira parte da trilogia Millenium dirigida pelo dinamarquês Niels Arden Oplev. Adaptado do best-seller do escritor sueco Stieg Larsson, esse suspense possui uma carga dramática calculada com reviravoltas instigantes.
No entanto, o melhor é sua heroína Lisbeth Salander, uma hacker tatuada e coberta de piercings que, dados os seus conhecimentos em informática, poderia ter feito um download do próprio longa antes mesmo que esse chegasse aos cinemas. Com passado nebuloso, explicado mais ou menos em flashbacks, Lisbeth trabalha como freelance numa empresa de investigação. Quando questionada sobre seu trabalho, responde: ‘tiro cópias e faço café’. A mais pura verdade, embora não faça somente isso.
A principio contratada para investigar a vida do jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), editor de uma revista econômica que acaba se ser processado por calúnia, Lisbeth se une a ele depois que este é contratado por um milionário, Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) para investigar o desaparecimento de sua sobrinha, suspeita de ter sido assassinada há 40 anos. Como o corpo nunca foi encontrado o patriarca suspeita dos membros da própria família, que além de gananciosos por dinheiro e poder, possuem um passado nazista.
Muito bem adaptado para o cinema, o filme não deixa para traz as questões centrais que o autor quis abordar no livro: desigualdade de gênero, racismo e nazismo. O autor, Stieg Larson (1954-2004) foi fundador e editor-chefe da revista sueca Expo, que tem por objetivo denunciar grupos neofascistas e racistas nos países nórdicos (Suécia, Finlândia, Dinamarca, Islândia e Noruega). Especialista na atuação das organizações de extrema direita, Larson é coautor de Extremhögern, livro no qual põe o assunto em evidência. Morreu vítima de um ataque cardíaco, pouco depois de ter entregado os originais dos romances que compõem a trilogia Millenium e assinar um contrato para transformar o primeiro livro em filme. (fonte: Alysson Oliveira, do Cineweb)
Ao trazer para uma cena “familiar” e atual a questão da segregação e da violência, que pode chegar ao assassinato, o autor dos livros, bem como o diretor do filme, propõem a questão de como a sociedade tem, por que não dizer, historicamente, lidado com a presença do estrangeiro (do Outro) como vizinho, e mais, como aquele que não pode ser semelhante, pois goza sozinho (que ousadia!), de uma outra maneira, e além, muito além do inteligível, impedindo cada cidadão do abrigo, da seguridade das fronteiras nacionais ou históricas.
Por outro lado, é possível observar como são também “violentas” as saídas encontradas pelos personagens oprimidos, particularmente por Lisbeth. Fugindo por completo do estereótipo de heroína de contos de fada, ela marca seu corpo, incendeia duplamente e rouba seu opressor, apropriando-se e gozando do que subtraiu. Não há nenhum ideal de justiça. Mas então, que outra potencialidade ética – não furtar-se ao gozo – há nesse ódio e o que mais ele pode ocasionar?
na WEB:
http://www.youtube.com/watch?v=767LFKCkBhY&feature=results_video&playnext=1&list=PLBCBF9328646C7C4C