Diálogo Cinemático
SESSÃO: 29/08/2010 – Domingo as 16h – vagas limitadas – gratuíto – inscrições por email: mmariguela@gmail.com
Local: Rua Prudente de Moraes, 1314 – Bairro Alto – Piracicaba/SP
“O ato psicanalítico designa uma forma, um envelope, uma estrutura tal que, de algum modo, ele suspende tudo o que até então tenha sido instituído, formulado, produzido como estatuto do ato, à sua própria lei” – Jacques Lacan
Em continuidade ao Projeto Psicanálise em Extensão, convido para assistir ao filme Rosencrantz e Guildenstern estão mortos e, após a exibição, uma conversa sobre a referência que o psicanalista Jacques Lacan fez a esses dois personagens na lição de 06 de dezembro de 1967 do Seminário 15 – O Ato Psicanalítico. A mediação será realizada pela Marta Togni Ferreira [ médica psiquiátra, psicanalista membro da Escola de Psicanálise de Campinas (EPC)]. Esta sessão também faz parte de uma reunião aberta ao público com os membros do Cartel da EPC que trabalham com o referido Seminário.
O dramaturgo inglês Tom Stoppard reescreveu a clássica tragégia de Shakespeare a partir do ponto de vista de Rosencrantz e Guildenstern, personagens secundários de Hamlet. O filme de 1990 é uma versão da peça homônima encenada em Londres em 1967 com grande sucesso de público e crítica. Também marcou a estreia do próprio diretor no cinema. Para tanto, Stoppard escolheu Gary Oldman e Tim Roth para interpretar os simpáticos trapalhões que são encarregados de levar a carta [um envelope] de execução do príncipe e acabam sendo eles próprios condenados pelo ato ardiloso de Hamet ao trocar a letra e se safar assim da própria morte.
Lacan disse que estes dois personagens lhe eram muito significativos: “um e outro, nos diz o título da peça, estão mortos. Antes fosse verdade! Nada disso, Rosencrantz e Guildenstern estarão sempre lá”. Dez anos antes, já havia evocado os dois personagens no seu Escrito “A instãncia da letra no inconsciente” – exposição feita em 09/05/1957 aos membros do grupo de filosofia da Federação dos Estudantes de Letras, no anfiteatro Descartes na Sorbonne.